31/08/16

Voluntário na Guiné-Bissau 6: os alunos!

Concluída a primeira semana das cinco que durará o curso, estou bastante satisfeito com os 20 jovens que constituem a turma: em geral, são assíduos, pontuais e muito interessados, aguentando estoicamente as quatro de duração de cada sessão, apesar calor húmido e quase opressivo que se faz sentir dentro da sala.
Hoje, o tema do dia foi o futebolista Eder (herói da final do Euro), que é guineense de nascimento. Depois do trabalho de compreensão e interpretação de textos de jornais portugueses, regalámo-nos com dois visionamentos do golo do nosso contentamento. Como atividade escrita, cada um vai escrever uma mensagem dirigida ao jogador. Como a ajuda do meu colega de missão (também António, mas Raposo), que irá contactar a Federação Portuguesa de Futebol, as mensagens vão chegar destinatário. Como seria de esperar, já está tudo em pulgas!
Na imagem que se segue, os três princípios que estruturam o curso:
.É fazendo que se aprende.
.O verdadeiro conhecimento vem de dentro.
.Se errar é humano, corrigir-se é divino!



Vou agora fazer uma pausa para umas mancaras torradas. Como em S. Tomé, é o nome que se dá ao amendoim. É mais pequeno do que o que vemos em Portugal, mas muito saboroso e fresco. Quando souber fazer o "caldo de mancara" (um dos pratos típicos da gastronomia guineense), partilho a receita.
Abraço.
António

29/08/16

Voluntário na Guiné-Bissau 5: pequenas (grandes) coisas!



Quando saí de casa antes de jantar, sob chuva intensa, que dura há várias horas, deparei com este novo amigo: um búzio com cerca de 5cm. Um verdadeiro gigante a deslizar, incauto, numa zona de passagem. Depois de registar o insólito encontro para a posteridade, fui pô-lo a salvo num espaço mais seguro.
Abraço.

Voluntário na Guiné-Bissau 4: cores em movimento!


Hoje, não há sol nem chuva, mas faz-se sentir ainda mais o quente abafado do clima. Quando chove (o que tem acontecido apenas durante a noite), tudo fica mais limpo e o ar menos pesado.
Contrariamente ao que me tinham dito, até ao momento, a convivência com os mosquitos tem sido muito pacífica. O mesmo não se pode dizer do calor e da humidade. Começam a aparecer vermelhidões e assaduras (algumas em sítios pouco convenientes…) e os pés vão ficando gretados. Está na altura de entrarem em ação os cremes, loções e mezinhas que a minha dama insistiu em enfiar-me na mala.
Da pobreza e das más condições de vida da população, falarei noutra altura. Hoje, gostaria de destacar a simpatia e o sorriso fácil das pessoas. Essa alegria emana do colorido do vestuário que circula na cidade como uma paleta de cores em movimento que, com o passar dos dias, se vai fixando na tela da minha memória.

Agora, vou tratar das mazelas do corpo, já que o ânimo, esse,  continua em alta!
Abraço.
António

28/08/16

Voluntário na Guiné 3: pequenas coisas...

Rãs e relas num frenesim reprodutivo!

Esta madrugada, ainda não eram 6 horas (uma hora menos do que em Portugal), acordei com o estrondo de uma trovoada e forte chuvada a cair no parque de estacionamento do bairro onde estou alojado em Bissau. Logo após a chuva, entraram em cena as rãs e as relas num sonoro e contínuo coaxar de chamamento tendo em vista o aproveitamento das condições atmosféricas favoráveis ao acasalamento e reprodução. Fui espreitar e tive ao vivo uma banda sonora inesquecível: um momento digno do National Geographic!
Numa próxima, conto a interessante incursão realizada durante a manhã para o norte de Bissau até Cumeré.

Segue o meu abraço.
António




26/08/16

Voluntário na Guiné-Bissau 2


Depois da apresentação ontem, começou hoje o curso intensivo de língua portuguesa  com 17 jovens, estando previsto que mais dois se juntem ao grupo na próxima segunda-feira.
As sessões têm lugar no Centro Cultural Português do Instituto Camões. O tal manto de calor húmido de que falei ontem, e que me segue para todo o lado, instala-se na sala, cola-se à pele e não dá descanso durante as quatro horas da aula…
Pelo estado das estradas, “devido à muita chuva”, como diria Fernão Lopes, viajar através da Guiné é complicado. Com uns conhecimentos do amigo (também voluntário) que me acompanha na missão, talvez dê para conhecer algum local interessante nos arredores de Bissau durante o fim de semana.

Depois, conto! ;)
Abraço

25/08/16

Voluntário na Guiné-Bissau 1

Do céu, surpreendi o rio Geba a deslizar para o mar como uma serpente gigante...


No âmbito de um projeto conjunto entre o Instituto Camões e a Fundação Calouste Gulbenkian, depois do sul de S. Tomé e Príncipe em 2014, estou em nova missão, agora em Bissau. É aqui se inicia hoje a formação “100 horas de língua portuguesa”, até 27 de setembro, para cerca de 20 jovens guineenses que irão estudar em Portugal em licenciaturas e mestrados com bolsas das instituições acima referidas.
Depois de uma viagem tranquila (se bem que, para mim, viajar de avião é sempre um pouco inquietante…) de cerca de 4 horas, aterrei em Bissau. Mal pus o pé fora do avião, uma massa de ar quente engoliu-me como um manto pesado e húmido. Depois, destilei literalmente no jipe-sauna em que ocorreu o percurso entre o aeroporto e o Bairro da Cooperação Portuguesa, onde estou alojado.
Adivinham-se lutas intensas, corpo a corpo, com as chuvas torrenciais próprias da época e a mosquitagem implacável, mas não há de ser nada.

Continuarei a dar notícias.


Abraço luso-guineense.