16/09/17

De volta a Bissau 3 - aniversário em missão!

Mentiria se dissesse que não senti alguma solidão ao comemorar sozinho este aniversário. Há um ano, também o celebrei aqui, mas na companhia de amigos guineenses e portugueses, tendo a recebido a surpresa de uma festinha à maneira preparada pelas amigos (e, como eu, voluntárias da associação "Ser Mais Valia") Edite e Rosário.
Mesmo assim, há todos os motivos para apreciar o facto de fazer 61 anos (num país em que a esperança média de vida é de pouco mais de 50 anos) a fazer, de corpo e alma o que gosto, pouco importando a latitude. Há lá coisa mais bonita de querermos ser e sermos mesmo cidadãos do mundo?
Assim, caprichei e organizei um menu de aniversário para mim próprio e tudo correu bem, tanto na dimensão real como naquelas para que a imaginação me conduziu. A temática escolhida foi Guiné-Portugal, com ingredientes dos dois países.

A. A entrada
Amendoins guineenses torrados (é a época deles e são excelentes), queijo de cabra curado da Beira e uma cerveja bem gelada.

B. O prato
Arroz de feijão com tomate-cereja seco (da minha horta), batata-doce (guineense) cozida e salteada com flor de aipo seca (tb da minha horta), pepino (mais curtos e bojudos do que os nossos, são abundantes nesta altura e muito saborosos e tenros), filete de atum Tenório em azeite com um pouco de pasta 100% amendoim (comprada junto ao porto, na "Sabores da Tabanca", uma espécie de cooperativa que zela para quem produz receba um pagamento justo pelo seu trabalho), azeitonas de Campo Maior.
Nota: Como não tinha sal e não encontrei nas redondezas, juntei ao estrugido de azeite com alho umas lascas de azeitona cortadas finamente. Ficou com um sabor muito interessante, pelo que irei guardar a receita.

C. A bebida
Uma das bebidas nacionais da Guiné é o ondjo (infusão de flor seca de hibisco) bem fresco. Juntei-lhe folhas e flores de poejo secas (tb da minha horta). No momento de provar, não pude deixar de pensar: "Boa, Sr. Professor!" 

D. A sobremesa
Mais uma vez, Guiné e Portugal de mãos dadas: banana-maçã (de certeza que havia uma árvore no Éden!) e rodelas de pêssego secas (sim, da minha horta).

E. E, finalmente, o bolo
Um donut comprado na Pastelaria Império, ao preço do ouro, esteve à altura do evento com a sua fofura e crocância do chocolate. Quanto à mensagem, tem uma dupla função: por um lado, ser uma mensagem calorosa (de mim para mim); por outro, será, na segunda-feira, um exercício de caça ao erro para os meus jovens alunos. Quem descobrir e corrigir os seis erros recebe um prémio.

Esperando que tenham apreciado a reportagem da festa, segue um abraço apertado!
ProfAntónio

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