22/03/18

Missão no Estabelecimento Prisional da Carregueira!

Fui muito bem recebido e totalmente integrado... A prova é que, à entrada, no primeiro controlo com revista e detetor de metais (há dois até chegar à zona das celas), o guarda prisional, que não me conhecia, achou que eu era um recluso que vinha de uma saída precária...

Pela quarta vez, a convite dos professores da escola que lá funciona, desloquei-me à Carregueira para um seminário: “Escrita haiku: olhar, ver escrever”. O desafio era uma visita guiada ao interior da poesia haiku, através dos olhos e da obra do poeta japonês Matsuo Bashô (1644-1694), com destaque para a “receita” para levar os reclusos à escrita (alguns já o fazem) com base na observação da natureza (a possível, dadas as restrições que a sua condição implica), no recurso às memórias felizes e aos sonhos de cada um.
Um dos muitos poemas partilhados, bem representativo da estética haiku:

Solidão no ninho.
O pássaro assusta-se
no eco do trovão.


A concluir, como incentivo para que escrevam para aqueles que amam, foi visionado um vídeo com a canção de Agir “A minha flor”, que foi do agrado de todos.


No final, fui brindado com alguns trabalhos de artesanato feitos pelos reclusos:
Os recipientes para lápis e canetas são um trabalho muito elaborado feito com papel. A bota (com o meu nome e o símbolo do Benfica, pois sabiam que é o meu clube) é um trabalho original todo feito com sabonete.

Como TPC (Trabalho Para a Cela), deixei alguns poemas para completar, cujas soluções serão enviadas aos professores.

Abraço para todos.
ProfAP
 A imagem do estabelecimento prisional foi encontrada no Jornal de Notícias.

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